Grigori Zinoviev Revolucionário bolchevique
23 de setembro de 1883, Yelizavetgrad
atualmente Kírovohrad (Império Russo - atualmente Ucrânia)
Grigori Yevséyevich Zinoviev, cujo verdadeiro nome era Ovsei-Gershen Aarónovich Apfelbaum, nasceu em uma família judia de pecuaristas produtores de leite e fez seus primeiros estudos em casa.
Zinoviev filiou-se ao Partido Social-Democrata Russo em 1901 e foi membro da facção bolchevique desde sua criação, em 1903. Dessa época até a caída do Império Russo, em 1917, atuou como um destacado militante e foi um dos colaboradores mais próximos de Lênin.
Oposição a Lênin
Zinoviev fez parte da direção bolchevique nos primeiros meses da Revolução de 1917. Em 10 de outubro de 1917, ele e Liev Kamenev foram os únicos membros do Comitê Central que votaram contra a proposta de Lênin de iniciar a luta armada.
Em 29 de outubro do mesmo ano, imediatamente após a tomada de poder pelos bolcheviques, a direção do sindicato nacional dos ferroviários exigiu que o novo governo compartilhasse o poder com outros partidos de influência socialista, ameaçando realizar uma greve nacional. Durante a crise que se seguiu, Zinoviev e Lênin ficaram, mais uma vez, em lados opostos. Depois que a questão se resolveu, Zinoviev e outros militantes se demitiram do Comitê Central, e Lênin ou a chamá-los de "desertores".
Com o desprestígio de Zinoviev, Trotsky ou a ser o número dois na hierarquia do Partido Bolchevique. Mas Zinovev voltaria ao Comitê Central no 7º Congresso do Partido, em 1918, tornando-se responsável pela defesa de São Petersburgo durante os ataques mais intensos dos russos brancos (na Guerra Civil). Converteu-se em membro do Politburo e presidente do Comintern em 1919.
Sob Stálin
Após a morte de Lênin, Zinoviev uniu-se a Stálin e Kamenev contra Trotsky. Esse triunvirato manipulou os debates internos do partido, assegurando a seus seguidores um número maior de postos durante a 13ª Conferência.
Depois que Trotsky foi isolado, começaram as desavenças entre os membros do triunvirato. Em dezembro de 1925, durante o 14º Congresso, Stálin arrebatou o controle e conseguiu que os dois Zinoviev e Kamenev fossem nomeados para cargos menores.
Opondo-se a Stálin, Zinoviev teve seu poder cada vez mais reduzido e acabou sendo expulso do Comitê Central, em 1927, e do próprio partido, em 1928. Mas enquanto Trotsky permaneceu firme na oposição, Zinoviev e Kamenev capitularam e escreveram cartas abertas reconhecendo seus erros. Foram aceitos de volta depois de condenados a um período de reflexão de seis meses.
Zinoviev e Kamenev permaneceram inativos até 1932, expulsos novamente no mesmo ano e reitidos em 1933, sendo obrigados a realizar discursos humilhantes durante o 17º Congresso.
O Grande Expurgo
Depois do assassinato do bolchevique Sergei Mirónovich Kírov, em 1934, Stálin aproveitou a grande popularidade da vítima e desencadeou o chamado Grande Expurgo, quando prendeu e matou vários de seus opositores: entre eles, Zinoviev e Kamenev. Depois de ser forçado a itir sua "cumplicidade moral" com o assassinato de Kírov, Zinoviev recebeu uma pena de dez anos de prisão.
Em 1936, contudo, Zinoviev foi novamente julgado, desta vez em um dos julgamentos públicos que, durante o stalinismo, foram usados como farsas espetaculares: os opositores de Stálin eram obrigados a confessar os crimes mais monstruosos (envenenamento, terrorismo, sabotagem etc.) e depois julgados e executados. Zinoviev foi executado em 25 de agosto de 1936. Esses julgamentos-espetáculos foram apenas a preparação para as grandes execuções em massa que ocorreram a seguir.