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Schopenhauer - O mundo como vontade e representação

Antonio Carlos Olivieri, Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

Talvez nenhum outro filósofo tenha exercido maior influência no mundo das artes do que o alemão Arthur Schopenhauer. O compositor Richard Wagner, por exemplo, disse ter criado uma de suas maiores óperas, "Tristão e Isolda", como reação à leitura de Schopenhauer.

Na literatura, o número de romancistas e contistas que compartilharam das ideias de Schopenhauer é imenso: os russos Tolstoi, Tcheckov e Turguêniev, os ses Zola, Mauant e Proust, os ingleses Hardy, Conrad e Maugham, sem falar no argentino Jorge Luís Borges e no brasileiro Machado de Assis.

Também se encontram no mesmo caso poetas como escritor de língua alemã Rilke e o inglês T. S. Eliot, além de dramaturgos como o inglês Bernard Shaw, o irlandês Samuel Beckett e o italiano Luigi Pirandello.

Mas a influência de Schopenhauer não para por aí: Friedrich Nietzsche disse ter se tornado filósofo devido à leitura de Schopenhauer, que também foi o ponto de partida da filosofia de Wittgenstein. Sigmund Freud, o pai da psicanálise, reconheceu que a análise da repressão - um dos pilares da teoria psicanalítica - foi feita pioneiramente por Schopenhauer, que é com frequência citado por Carl Gustav Jung.


 

Esquecendo o esquecimento

No entanto, na segunda metade do século 20, Schopenhauer foi deixado de lado e se tornou tão ignorado como foi na maior parte de sua própria vida. Vivo, só obteve reconhecimento depois dos 60 anos. De certo, isso o magoava, mas não o impediu de pensar de modo original e contrário ao pensamento oficial de seu tempo, que desprezou e atacou em suas obras.

Esqueçam-se, porém, esses aspectos todos, que são circunstanciais. O que importa é a filosofia schopenhaueriana. Esta se encontra exposta numa obra-prima que ele escreveu ainda na casa dos 20 anos: "O Mundo como Vontade e Representação", de 1818, e da qual lançou uma edição revista e ampliada (a definitiva) em 1844.

O ponto de partida schopenhaueriano foi a obra de Immanuel Kant, que, segundo Schopenhauer, constituiu um divisor de águas na filosofia que lhe antecedeu, a partir de Descartes. Kant concebe o mundo de uma maneira dualista, apontando dois aspectos da realidade:

1) aquele suscetível de ser experimentado pelo homem (sujeito), o mundo dos fenômenos, que são, por assim dizer, as coisas tais quais as percebemos (ou seja, uma relação entre sujeito que percebe e objeto percebido);

2) aquele não suscetível de ser experimentado, a coisa-em-si, incognoscível.



Crítica a Kant

Para Kant, a ciência é a chave do conhecimento do mundo da experiência e ela não tem ação fora desse mundo. O que se encontra além dele - a coisa-em-si, seja o que for - jamais será conhecido.

Schopenhauer compartilha dessa visão dual, mas a critica, considerando que assim leva adiante a concepção kantiana. Para ele, a realidade também consiste em fenômenos e na coisa-em-si. Esta última, porém, não consiste de coisas diferentes. Para existir diferença, é preciso que existam tempo e espaço, mas o tempo e o espaço são categorias que pertencem à concepção humana, ao mundo fenomênico.

Onde não há tempo nem espaço tudo é indiferenciado e uno. Assim é a realidade da coisa-em-si. Ela também não pode ser causa do fenômeno, pois uma conexão de causalidade só funciona no mundo fenomênico. Desse modo, o fenômeno é, na verdade, uma manifestação da coisa-em-si.



Vontade e Representação

Em última análise, a mente e a consciência nos permitem ver a representação da coisa-em-si. Esta, entretanto, não tem nada que ver com a mente ou consciência. É uma força impessoal que Schopenhauer chama vontade.

O filósofo emprega este termo porque a Vontade é a experiência direta mais próxima que podemos ter disso. É a Vontade o motor de nossas vidas.

É importante notar aqui que a coisa-em-si, segundo Schopenhauer, é incognoscível, mas experienciável, no que ele também se afasta de Kant. Por outro lado, o filósofo se aproxima do pensamento oriental, hinduísta e budista, que, pela via religiosa, chega às mesmas conclusões que Schopenhauer chegou: o mundo sensível é uma ilusão (Maya) que mascara uma realidade una e transcendente.



Ateísmo e pessimismo

Nesse sentido, convém lembrar que Buda e Schopenhauer eram ateus. Para os dois, essa realidade una, absoluta e transcendental eram respectivamente o Vazio e a Vontade. Para Buda, o homem deve esquecer e superar suas paixões e desejos terrenos para atingir a iluminação e escapar ao sofrimento. Para Schopenhauer este mundo é também uma ilusão e não devemos nos preocupar com ele, mas sim repudiá-lo.

O filósofo alemão, contudo, vê na arte a possibilidade de transcendência, em especial na música, que nos retira do tempo, do espaço e até do nosso corpo, resgatando-nos momentaneamente do suplício da existência.

A visão de mundo de Schopenauer é profundamente pessimista. Para ele, somos escravos de nossos desejos. Mal satisfazemos um e outro surge, de modo que vivemos permanentemente insatisfeitos. Além disso, o mundo está repleto de injustiça e violência. A existência é, assim, uma fonte de sofrimentos.

"Cada vida individual é uma tragédia insignificante que termina numa morte inevitável", resume o comentarista inglês Brian Magee, ao referir-se ao modo como Schopenhauer encara a existência.



Ética da compaixão

Por outro lado, apesar dessa visão sombria da existência, Schopenhauer apresenta uma visão da moral e da ética que se opõe à de Kant, aproxima-se do budismo e do cristianismo, chegando a dizer que se pode qualificar sua doutrina como a "verdadeira filosofia cristã".

Qual o fundamento da ética para Schopenhauer? O fundamento não é a razão, como pensava Kant. Ao contrário, como nossos corpos são apenas uma manifestação fenomênica da unidade da coisa-em-si, somos indivíduos separados apenas na aparência. No fundo, tudo e todos são um. Isso nos possibilita a identificação com o outro, a compaixão e o amor, em seu sentido mais lato.